Fabricação do Pneu

A Fabricação do Pneu

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A aparência externa remete à borracha. Ninguém imagina, no entanto, que o pneu possa contar com tantos e variados componentes responsáveis pelo desempenho necessário para garantir, com segurança, todas as características exigidas por esse complexo produto. Ele é fabricado para rodar por milhares de quilômetros em todos os tipos de estrada, em terrenos enlameados, pistas pedregosas, desertos e até terras geladas.

A proporção dos itens na composição do pneu varia de acordo com seu uso. Por exemplo, nos pneus de automóveis de passeio, que rodam em estradas pavimentadas, a borracha sintética é mais usada que a borracha natural. Nos pneus de caminhões de carga, empregados em múltiplas estradas, predomina o uso da borracha natural, por sua maior resistência aos cortes e lacerações.

A presença do negro de fumo ou carbono amorfo, derivado do petróleo, é fundamental em todos os compostos de borracha, porque confere resistência à abrasão e deixa o pneu preto. Além disso, é imprescindível o uso do enxofre, elemento vulcanizante, somado com vários outros produtos químicos, catalisadores, plastificantes e cargas reforçantes.

Finalmente, o pneu se completa com sua estrutura resistente de lonas emborrachadas de cordonéis de aço, de náilon ou outros materiais como o kevlar, que são ajustados numa complexa arquitetura. Essa combinação varia conforme a capacidade de carga requerida, a velocidade de emprego e, principalmente, de cada tipo de aplicação, de veículo e de estrada.

A produção

A construção de um pneu passa por um processo produtivo bem complexo, pois cada detalhe é estudado para alcançar o melhor desempenho com o máximo de segurança. O processo de fabricação é controlado e ocorre de acordo com especificações técnicas e procedimentos pré-determinados, que vão desde a preparação da borracha até a produção de itens para compor o produto final, já que as partes de um pneu contam com propriedades físicas e químicas diferentes.

Todos os itens têm fundamental importância na fabricação dos pneus, com destaque para a banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o solo), o corpo (ou carcaça) e o talão (parte do pneu que faz ligação com a roda). O objetivo é garantir aspectos como segurança, uniformidade de peso e geometria, simetria, controle de compostos de borracha, grau de vulcanização, repetibilidade do processo e rastreabilidade, entre outros.

O talão é construído conforme especificações do diâmetro para garantir que o pneu não se solte do aro (destalonamento) quando submetido a esforços laterais. Com especificações rígidas, o processo de construção da carcaça impacta na dirigibilidade. Além disso, sua composição contém o ombro, a parede lateral, lonas de corpo, estabilizadoras e lâminas de estanque.

A vulcanização

Desde a origem dos pneus, a vulcanização se mostrou um dos processos mais importantes de sua fabricação, já que tem a função de dar consistência à borracha. O pneu é colocado em uma prensa sob determinada temperatura, pressão e tempo. Nessa prensa há um molde com as características específicas de cada produto para determinar a forma e o desenho da banda de rodagem finais. Para garantir as propriedades físicas da borracha, esse processo é totalmente monitorado por dispositivos interligados a softwares, que registram a temperatura, pressão e tempo. No caso de divergência entre esses registros e as especificações técnicas, o pneu é refugado.

Depois desse processo são realizados ensaios que testam, por exemplo, fadiga, durabilidade, resistência, dimensional, alta velocidade e velocidade sob carga. Os pneus também passam por balanceamento, um teste conhecido como variação de forças, e exame de raio-X. Periodicamente, os fabricantes de pneus são submetidos a programas compulsórios de avaliação de conformidade, realizados sob supervisão do INMETRO.

Por último, o pneu passa pela inspeção final, onde são efetuados todos os testes para sua liberação, garantindo a confiabilidade no seu desempenho, e são armazenados para distribuição, chegando às mãos do consumidor.